História de Planura
O povoado começou por volta de 1929, quando a Cia. Paulista de Estradas de Ferro construía a sua estação ferroviária na cidade de Colômbia, no Estado de São Paulo. Esta trazia seus trilhos para os barrancos do Rio Grande.
Em 1919, surgiu um projeto para a construção de uma ponte ligando os dois estados de São Paulo e Minas Gerais, sobre o Rio Grande e Rio Pardo. Esta daria justamente na fazenda que era conhecida com o nome de Pôrto do Cemitério (devido ao Pôrto de seu nome), sendo o seu proprietário o Sr. João Aureliano. Mas o projeto não foi à frente.
Morava em Uberaba um senhor chamado João da Silva e Oliveira, este fazendeiro, mineiro, interessou-se pelas terras destas regiões, ou do lado de São Paulo ou de Minas Gerais. Por um simples bairrismo deixou de comprar o terreno do lado do Estado de São Paulo, pertencente ao Sr. João Avelino de Araújo, onde é hoje a cidade de Colômbia, para apossar das terras da região mineira.
De acordo com as escrituras, êste terreno possuía 850 alqueires sendo então comprado pelo Sr. Januário pelo preço de 250$000 (duzentos e cinquenta mil reis).
O meio de transporte nessa época, de um Estado para outro era feito por balsa no Pôrto Cemitério. No ano de 1950, teve início a construção da Ponte Rodoviária “Gumercindo Penteado”, pondo fim a travessia por balsa.
O Sr. João Januário resolveu valorizar suas terras loteando parte de sua fazenda e vendendo os lotes a particulares. Ele achou que com o movimento da construção da Estação Ferroviária, movimentaria também de seu lado. Estes lotes eram vendidos pelos preços de 150, 200 e 300 mil reis. O produto dessa venda era empregado nas despesas com a demarcação do terceiro e também custear os engenheiros e todo pessoal em serviço.
A primeira edificação foi a do Sr. Moisés Cançado do Zico, localizado hoje na Av. Segismundo Novaes, sendo também sua, a primeira casa de comércio, a qual existe até hoje trazendo o seu nome.
Fêz o Sr. Januário doação de seus lotes para a construção da Igreja, cemitério, campo de futebol, cinema e escola. Pelo traçado do mapa da cidade o centro seria a Praça Bandeirantes, onde estão os terrenos doados pelo Sr. João Januário, mas não se sabe por que motivo, ela se desenvolveu mais para o lado norte, passando a centralizar-se na Praça Tiradentes, onde está construída atualmente a Igreja de Santo Antônio, crescendo hoje aceleradamente para o leste, local onde está sendo construído pela Central Elétrica de Furnas S/A, a vila de operários e engenheiros, também no perímetro urbano da antiga cidade.
A construção da citada Igreja foi encabeçada pelo Sr. Bruno da Silva Oliveira Jr., com a ajuda do povo local.
PLANURA no início era um povoado com o nome de Pôrto do Cemitério, passando depois a chamar-se Nova Esplanada e agora o atual nome devido seu solo ser plano: “PLANURA”. Pertencia, a principio, às terras do Município de Campo Florido e Comarca de Uberaba.
Cada vêz mais aumentava a população da Nova Esplanada. A segunda casa comercial foi a de Rezende & Cia de Uberlândia. Várias famílias começaram transferir suas residências para cá. A Sra. Rosenda Domingos, viúva do Prefeito Sr. José Sebastião Domingos e demais filhos e irmãos construíram suas residências de tijolos, pois as ruas já estavam demarcadas. Outra família que também logo fixou morada foi a do Sr. Jacinto Peres com seus filhos, alguns ainda possuidores de fazendas no Município. Veio também o Sr. Antônio Manoel Luz, sendo hoje um de seus filhos, Antônio Manoel Filho, comerciante e fazendeiro no Município. Além desses moradores, destacamos também outros colaboradores não só comprando fazendas, mas trabalhando e construindo para o progresso e engrandecimento da terra, como Sr. José Guilherme de Freitas e seus filhos; Sr. Honorato Ribeiro da Silva; João Jacob da Silva; José Francisco Rodrigues e filhos e tantos outros.
Passando-se 10 anos como povoado; em 1º de Janeiro de 1939, passa a ser Distrito de Paz de Frutal. Passou a pertencer ao Município de Frutal, a pedido do povo porque teriam de pagar impostos de seus terrenos e outras compras e a distância até Frutal seria menor e de comunicação mais fácil. No ano seguinte, no dia 27 de outubro de 1940, foi instalado o Cartório de Paz, sendo o primeiro Escrivão, o Sr. Geraldo Martins e Juiz de Paz, o Sr. Lauro Peres. No dia 27 de outubro do mesmo ano foi feito o primeiro óbito, de Terezinha Gonçalves Ribeiro; no dia 28 de outubro era feito o 1º reg. de nascimento de: Antônio Marcelino de Mendonça; em 28 de dezembro, realizou-se o 1º casamento; Vicente Macedo Garcia e D. Luzia de Castro, servindo de Juiz de Paz o Sr. Odilon Lacerda; no dia 7 de fevereiro de 1941, foi lavrada a primeira escritura, sendo vendedora a Sra. Antônia de Carvalho e comprador o Sr. Oscar da Silva. Depois de alguns tempos, passou a ser escrivão, Nilo de Castro de Oliveira e atualmente está sob. a direção do Sr. Alfredo de Paula Cançado.
Em 30 de dezembro de 1962, o Município é desmembrado do de Frutal, por ato do govêrno mineiro, Dr. José de Magalhães Pinto. No dia 1º de março de 1963, sob a presidência do Sr. José Benedito dos Reis, intendente, nomeado pelo Sr. Governador do Estado, assumiu a Prefeitura de Planura. Foi instalado provisoriamente na Prefeitura Municipal, situada à R. Araguari, 266, esquina c/ R. Monte Carmelo. Em 30/06/1963, realizou a primeira eleição para escolha do primeiro Prefeito, sendo eleito o Sr. José Sebastião Domingos. No dia 29/8/1963, o Sr. José Benedito dos Reis transmitiu o cargo, passando-o ao Prefeito eleito.
O crescimento da cidade foi impulsionado com a construção da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia, iniciada em 1969 e inaugurada em 1973.
O Rio Grande tornou-se um grande atrativo natural, preferido pelos visitantes devido à abundância de peixes e existência de locais propícios à pesca.
A mais importante festa religiosa da cidade é a do padroeiro Santo Antônio, realizada no dia 13 de junho.